segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ucrânia e Venezuela

Pio Penna Filho*

Dois países, muito distantes um do outro, tem chamado a atenção nos últimos dias pelos violentos distúrbios presenciados em suas respectivas capitais, Kiev e Caracas. Em ambos, amplos setores sociais estão descontentes com os governos centrais, por diferentes motivos, e tem se expressado de forma desafiadora ao poder constituído.
A crise na Ucrânia é, pelo menos por enquanto, muito mais violenta. Não se sabe ao certo quantas pessoas já morreram, mas alguns dados dispersos indicam que talvez passe de uma centena. Esse parece ser apenas o começo, uma vez que pelo menos por enquanto não há indícios de que as partes envolvidas cheguem a um acordo.
Os opositores do governo protestam contra o que alegam ser o excessivo poder depositado na figura do presidente e querem também uma aproximação do país com a União Europeia, o que significa uma espécie de afastamento da Rússia. São questões complicadas.
A limitação do poder presidencial implica numa reforma constitucional e, naturalmente, o governo não deseja ceder nesse ponto. Com relação à aproximação com a União Europeia, esse é outro enorme problema para as autoridades ucranianas, haja vista que existe uma enorme dependência do país frente à Rússia. Portanto, no fundo não se trata meramente de uma escolha, senão de uma duvidosa aposta.
É difícil acreditar que a União Europeia esteja disposta ou em condições de desempenhar o papel que a Rússia cumpre com relação à Ucrânia. Isso porque a Ucrânia é altamente dependente do gás e de recursos provenientes da Rússia, que vem praticando uma política de amparo ao governo ucraniano ao permitir sucessivas rolagens de sua dívida. Como se sabe, a União Europeia já tem problemas demais para administrar com os seus atuais membros.
Ou seja, os problemas ucranianos não serão resolvidos por meio de um golpe de estado ou pela mera substituição de um governo por outro, seja da maneira que for. Com a oposição disposta a ir às últimas consequências no enfrentamento com o governo, é difícil imaginar uma saída pacífica para o problema ucraniano.
Na Venezuela o descontentamento com o chavismo é intenso. A crise econômica que o país vem atravessando há algum tempo desgastou enormemente o governo e despertou a revolta em alguns setores da sociedade venezuelana, principalmente entre os jovens, que partiram para as ruas em tom desafiador.
Agrava o quadro de crise a falta de habilidade política demonstrada pelo governo do presidente Nicolas Maduro, que não está sabendo lidar com a crise e com a barulhenta oposição. Além disso, falta a Maduro o carisma de Hugo Chávez, uma característica importante para um governante de um país social e politicamente polarizado como é o caso da Venezuela.
Na Venezuela as perspectivas políticas não são das melhores, apesar de não se igualarem em termos de radicalização como vem ocorrendo na Ucrânia. De toda forma, parece que o modelo chavista-bolivariano está se esgotando e é difícil imaginar que Maduro consiga se reeleger ou fazer o seu sucessor, e isso se ele conseguir concluir o mandato.








* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sobre a Defesa Nacional

Pio Penna Filho*

O Brasil é um país que se preocupa pouco com a sua defesa. Nossas elites governantes, pelo menos no que diz respeito à defesa nacional, não conseguem pensar além do curto prazo. Não fosse isso as nossas Forças Armadas não estariam na situação que estão. Está aí uma mentalidade que precisa ser alterada, haja vista que nesse campo o improviso e o típico “jeitinho” brasileiro não costumam funcionar.
O Brasil é  um país que se destaca no seu espaço regional e também no cenário internacional. Em tese aspiramos maior participação em ambos os contextos, exercendo a liderança regional e participando mais ativamente das principais decisões mundiais. Isso não é possível sem uma estrutura e um preparo militar adequados.
Por mais boa vontade que exista entre os altos escalões militares do país, nas três Forças, que se esmeram em deixar as tropas aptas para atuarem em qualquer cenário de ameaça ao país, eles não podem fazer mágica. Ou seja, sem os meios adequados para que se proceda à defesa do país contra as novas ameaças, muito pouco pode ser feito, por mais empenho que exista por parte das Forças Armadas.
A natureza da guerra mudou muito nas últimas décadas, exigindo cada vez mais profissionalismo por parte dos militares e a posse (e adestramento) de armamentos e outros instrumentos de alta tecnologia, muitos dos quais nos faltam. Segurança e defesa custam caro, mas isso não é motivo para um país como o Brasil deixar de investir nesses setores. Certamente não faltam recursos, mas sim vontade política.
No Brasil, sucessivos governos (tucanos e petistas) não tem tratado com a devida seriedade a questão da defesa nacional. A explicação de que faltam recursos é apenas parcialmente correta. Embora não existam recursos para um reaparelhamento completo das Forças Armadas, algo mais do que tem sido destinado à Defesa certamente existe.
É possível argumentar que alguma coisa tem sido feita e isso é correto. Em que pese a novela que foi a aquisição de aviões de combate para substituir os caças existentes, é fato que nesse campo avançamos com o anúncio da assinatura do acordo para a compra de 36 aviões de combate Gripen, da indústria sueca SAAB. Mas ainda há muito mais a ser feito.
O ponto central, contudo, é a mudança de mentalidade para que os assuntos relacionados à Defesa possam ser tratados como uma preocupação permanente por parte do Estado brasileiro. O Brasil certamente não almeja se tornar um país agressor ou expansionista, mas as suas dimensões e importância estratégica demandam essa mudança de mentalidade.
O mundo em que vivemos não é exatamente um mundo pacífico e se hoje as atenções das grandes potências se direcionam para outras partes do globo, isso não quer dizer que num futuro próximo o cenário continue o mesmo. Vale lembrar que o Brasil possui recursos que despertam o interesse e a cobiça de outros países, como o petróleo e as muitas riquezas que se encontram na Amazônia. A defesa nacional não pode ser vista apenas como uma opção, ela é um imperativo e uma necessidade que demandam atualização e atenção permanentes.




















* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O Conhecimento, o Tempo e o Homem: uma viagem

HISTÓRIA - Introdução ao Estudo

Sociologia Master - 01

CINE HISTÓRIA MASTER - RESUMO DE 2012 E 2013

Sugestões de Filmes, Livros e Revistas - Profª Priscila

Instabilidade Crônica

Pio Penna Filho*

Alguns países vivem um quadro de verdadeira instabilidade crônica, ou seja, entraram em crises profundas e recorrentes e que são muito difíceis de serem solucionadas. Hoje, os casos mais evidentes são os da Somália, Haiti, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Síria e Afeganistão. Mas esses não são os únicos.
Algumas crises políticas acabam resultando em guerra, que no fundo é um forte sintoma de que o Estado e suas instituições estão doentes e que o organismo estatal já não consegue responder adequadamente às dinâmicas conflitivas no interior de suas sociedades.
A Somália é, de longe, o caso mais grave entre todos. Por lá o Estado desapareceu há tempos e o país entrou num ciclo de violência aparentemente sem fim. A falência do Estado significou também o fim das precárias instituições que existiam, deixando a maior parte da população à deriva ou, melhor dizendo, subjugada às vontades de determinados grupos que conseguiram se estruturar e exercer o poder por meio da força e da coerção.
O Afeganistão é outro Estado que vive quadro de instabilidade crônica há décadas. O país passou pela invasão da então União Soviética na década de 1980 e depois pela luta fratricida envolvendo grupos políticos e religiosos divergentes, até que os talibãs assumiram o poder e, logo depois, veio a invasão da aliança liderada pelos Estados Unidos.
Um caso um pouco diferente é o do Haiti. O país jamais possuiu instituições bem estruturadas e o fraco Estado consubstanciava-se na figura do ditador de plantão, até que veio uma profunda crise no final dos anos 1980 e ao longo da década de 1990, período em que houve um ensaio frustrado de democratização seguido por uma profunda crise. Até hoje não houve o restabelecimento concreto do Estado e a delicada estabilidade vem sendo mantida por uma intervenção internacional da qual o Brasil participa e não sabe como sair.  
O fato é que o modelo de organização econômica, social e política que vivemos no mundo atual pressupõe um Estado minimamente estruturado que possibilite algum grau de estabilidade política. Sem isso, o que assistimos é quase o chamado “estado de natureza”, no qual prevalece a vontade do mais forte. Dos países citados acima, todos fracassaram na estruturação de um Estado que garanta a estabilidade política e um mínimo de coesão social.
A existência de um Estado estruturado não quer dizer, contudo, que por si só essa característica seja uma solução permanente para os problemas de uma determinada sociedade ou mesmo a condição sine qua non para a prosperidade e felicidade de um povo. Isso porque existem diferentes tipos de Estados e alguns apenas mantem a estabilidade política e social porque utilizam de mecanismos tirânicos, como é o caso, por exemplo, da Coréia do Norte.
O fato, afinal, é que o quadro de instabilidade mais crônica que podemos observar no período em que vivemos concentra-se naqueles países em que as instituições faliram, fragilizando o Estado e a sociedade.




* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

Moçambique na Encruzilhada

Pio Penna Filho*

Mais um país africano de língua oficial portuguesa se encontra numa situação delicada, de pré-guerra civil, com algumas de suas regiões vivendo em alta tensão. Moçambique, que era visto até bem pouco tempo atrás como um caso relativamente bem sucedido de resolução de conflito, agora apresenta um perigoso recuo político que pode trazer de volta os horrores da guerra para uma população já por demais sofrida.
Os principais atores políticos de Moçambique são a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governa hegemonicamente desde a independência, em 1975, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), um movimento criado em 1977 que recebeu apoio da então Rodésia do Sul (hoje Zimbábue) e da África do Sul quando ainda vigorava o apartheid.
A Renamo nasceu justamente para combater a Frelimo, que naquela época professava o socialismo e se alinhava com a então União Soviética, além de ser a favor do fim do regime do apartheid na África do Sul e contra o domínio da minoria branca na vizinha Rodésia, daí o incentivo e apoio recebido pela Renamo por parte desses dois países.
A guerra entre a Renamo e a Frelimo durou de 1977 a 2002, tendo sido considerada uma das mais brutais do continente africano durante a Guerra Fria. Foi um típico conflito desse período histórico e prova disso é que chegou ao fim quando a Guerra Fria passava para a História.
Desde então Moçambique passou a viver sem o horror da guerra, embora muitos dos seus problemas sociais e políticos não tenham sido solucionados e nem sequer encaminhados. A economia moçambicana é muito limitada, possuindo poucos produtos em sua pauta de exportações e o país é altamente dependente de ajuda externa para se manter.
Entretanto, de alguns anos para cá o quadro econômico de Moçambique tem mudado, com a intensificação de investimentos externos em alguns setores específicos. Ganham destaque os investimentos realizados no setor de mineração e na exploração de gás, principalmente a partir da descoberta de novas e importantes jazidas. Existe também a perspectiva da exploração de petróleo, mas ainda não se sabe se a exploração será economicamente viável. Ainda em termos econômicos, é importante registrar o crescimento do setor agrícola, o que reforça a economia do país.
Mas apesar de todas as perspectivas econômicas o quadro social continua muito ruim. A maior parte da população moçambicana não se vê contemplada com o crescimento econômico e os programas sociais estão muito aquém das necessidades da sociedade.
Do ponto de vista político, o quadro geral é de desgaste dos principais partidos e a retomada da violência é um sinal de que as coisas não vão bem. Falta diálogo político entre as partes e a hegemonia quase absoluta da Frelimo não ajuda em nada. É uma pena porque, justamente no momento em que os indicadores econômicos começam a melhorar, o enfretamento violento entre o governo e a Renamo torna o país instável internamente e é, ao mesmo tempo, uma ameaça aos investidores externos.






* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

Genebra 2 e a Síria

Pio Penna Filho*

Durante essa semana vários países estão reunidos em Montreux (Suíça) para tentar pelo menos encaminhar uma proposta que sinalize para a paz na tumultuada Síria. A Conferência é pelo menos um passo adiante, diante de tantos recuos verificados desde que a ONU iniciou suas tentativas de solução para a crise síria. Infelizmente, contudo, persistem muitos dilemas e dificilmente uma solução definitiva será encontrada durante esse encontro que está sendo chamado de Genebra 2.
As divergências políticas são enormes. No plano interno, governo e rebeldes trocam acusações de variados crimes de guerra e continuam falando línguas diferentes. Sabem que a guerra tem que ter um fim, haja vista o elevado custo humano e econômico que está solapando o país. Como nenhum dos dois lados demonstrou ter força suficiente para subjugar o outro, o diálogo é imperativo e não apenas uma alternativa. Ou seja, mais cedo ou mais tarde, eles terão que conversar e fazer concessões mútuas.
No plano regional as divergências também permanecem. Não há entendimento entre os atores que prestam apoio a um e outro lado. Pelo menos até o momento todos se mantem muito ativos em prestar todo tipo de ajuda aos seus “aliados”, seja por meio do fornecimento de armas, tropas ou dinheiro, o que, convenhamos, só faz prolongar a guerra e o sofrimento do povo sírio. Nesse sentido, dois países ganham destaque, embora não sejam os únicos envolvidos no conflito (Irã e Arábia Saudita).
No plano internacional, mais divergências, sobretudo entre os Estados Unidos e a Rússia, sendo que esta se tornou uma espécie de protetora do regime de Bashar al Assad. Os Estados Unidos sabem que não querem a continuação do regime, mas demonstram preocupação com o que pode acontecer com a queda de Assad.
Para os norte-americanos, pior que o atual governo seria uma Síria dominada por grupos radicais islâmicos, à maneira dos talibãs no Afeganistão. Ou mesmo uma Síria dividida, com algum grupo ou grupos dominando determinada parte do país. É bem provável que o governo Obama tenha levado altamente em consideração esse aspecto ao não promover uma intervenção direta meses atrás, mesmo que de forma limitada.
Em Genebra 2 existem posições aparentemente inflexíveis, tanto da parte dos atores sírios diretamente envolvidos no conflito, como dos seus apoiadores externos. Caso elas sejam mantidas, não há muita chance para a paz. Se os insurgentes não aceitarem um arranjo político que, de alguma forma, seja interessante para Bashar al Assad, mesmo que esse tenha que sair do governo, dificilmente haverá um ponto de chegada. Por sua vez, se o governo não aceitar a inclusão dos insurgentes em um eventual governo de transição ou outro acordo qualquer que contemple interesses relevantes para eles, a negociação também tem tudo para empacar.
A Conferência ainda não chegou ao fim, mas não é preciso ser profeta ou adivinho para saber que é praticamente impossível que ela redunde em um sólido, ou mesmo precário, acordo de paz. O que está acontecendo em Montreux é apenas um passo adiante num terreno absolutamente instável, mas de toda forma é um passo à frente.



* Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador do CNPq. E-mail: piopenna@gmail.com

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ladrões de bicicleta (1948)

Por Joanna Ferreira Campos


Dirigido por Vittorio De Sica, o longa trata da condição de proletariedade extrema. É o caso de Antonio Ricci, desempregado há anos (talvez há cerca de três anos, isto é, desde o final da Segunda Guerra Mundial em 1945). Na abertura do filme De Sica expõe o drama social do desemprego de longa duração que atinge larga parcela do proletariado italiano no pós-guerra. A Itália é um país capitalista de economia desestruturada pela derrota na guerra mundial. Não há geração de vagas de trabalho e um amplo contingente está imerso na pobreza.

Um desempregado recebe uma oferta de trabalho, com a condição de ter bicicleta própria. Depois de resgatar sua bicicleta na loja de penhores, em troca da roupa de cama da família, ele começa no emprego e logo tem seu veículo roubado. O homem e seu filho então, percorrem a cidade em desespero, atrás de alguma pista: o resultado é um dos filmes mais tocantes da história. Como expressionismo alemão fez antes e depois da "Nouvelle Vague" neo-realismo italiano tornou-se uma revisão dos fundamentos do cinema.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Cavalo de Guerra (2011)

Por Joanna Ferreira Campos


Filme de Steven Spielberg, baseada na obra original de Michael Morpurgo, conta a história de Joey (Cavalo) e seu amigo Albert Narracott (Jeremy Irvine). A relação entre Albert e Joey, se torna real quando o seu pai, adquire o animal em um leilão, incentivado por uma disputa pessoal. O negócio, além de abalar as economias da família, parece mais improdutivo pelo fato de Joey não ser o tipo ideal para arar um pedaço de terra. Ameaçados de despejo, os Narracott não têm alternativa a não ser confiar na amizade entre Albert e um cavalo.
Com a tecnologia bélica ainda em evolução, os cavalos continuavam a ser utilizados em grande número nas batalhas e no carregamento de armas. Portanto, a necessidade de dinheiro, somada à demanda pelo animal, faz com que o pai de Albert venda Joey para a cavalaria inglesa, mesmo após o jovem tentar impedir o negócio e prometer reencontrar o amigo.





Infância Clandestina (2011)

Por Joanna Ferreira Campos


O longa dirigido por Benjamín Ávila e bem roteirizada pelo brasileiro Marcelo Müller, é uma co-produção entre Argentina e Brasil. Legal né?

No filme, tudo acontece em torno de um menino de 12 anos(Juan), e como o nome já diz, ele vive na clandestinidade com seus pais, guerrilheiros decididos a voltar à Argentina no final da década de 70 por acharem ser hora de intensificar a luta armada. Juan, que agora passa a se chamar Ernesto, entra no país cruzando a fronteira com o Brasil passando-se por filho de um casal de brasileiros. Já na Argentina, quem vai buscá-lo é o irmão do pai, o tio Beto, melhor personagem do filme e com grande influência sobre o menino. Tudo vai bem, até que Juan se apaixona por uma colega de escola, Maria. A partir desse romance, ele começa a deixar de lado as rígidas regras familiares para poder passar mais tempo ao lado dela.