Uma ameaça um tanto silenciosa paira
sobre o mundo. Trata-se da chamada “guerra cibernética”, uma consequência
direta da integração mundial de redes de computadores que estão conectados
vinte e quatro horas por dia, possibilitando um amplo leque de opções para
atividades inescrupulosas, tanto no campo empresarial como para ataques contra
alvos estatais.
Embora a “guerra cibernética” esteja
ainda longe de ser uma realidade disseminada, ela existe e temos exemplos concretos
de ataques relativamente bem sucedidos que, apesar de limitados, causaram
prejuízo àqueles que foram alvo dessas ações.
Um exemplo muito citado por especialistas
da área e que demonstrou o potencial de um ciberataque coordenado, ocorreu
contra a Estônia, em 2007. Na ocasião, o país praticamente “saiu do ar” com a
indisponibilidade da sua rede virtual, prenunciando uma espécie de colapso de
nossas sociedades cada vez mais dependentes das tecnologias da informação.
Mais recente foi o ataque sofrido pelo
Irã, quando inimigos (supostamente os governos norte-americano e israelense)
conseguiram contaminar parcialmente o seu programa nuclear com o agora famoso
vírus “Stuxnet”. Estima-se que a ação desse vírus foi capaz de atrasar em
vários meses o programa nuclear iraniano, causando também considerável prejuízo
financeiro.
Por suas características intrínsecas a
guerra cibernética contem um enorme potencial para se tornar cada vez mais
ameaçadora e perigosa. À medida que aumentamos nossa dependência com relação a
sistemas computadorizados conectados em redes permanentes, nos tornamos mais e
mais vulneráveis, tanto governos quanto sociedades.
É um perigo que o público em geral
conhece parcialmente, ou seja, se torna motivo de atenção e preocupação apenas
quando contas bancárias ou dados da vida privada são roubados ou “capturados”
pela internet e que provocam danos materiais ou para a imagem da pessoa.
Mas, na verdade, o problema é muito mais
sério, uma vez que afeta a segurança da coletividade, do Estado, da nação como
um todo. Não é à toa que os países mais desenvolvidos vem, já há algum tempo,
dando a devida atenção para o fenômeno e realizando “experimentos” que podem
ter sérias consequências internacionais. Os ciberataques citados contra a
Estônia e contra o Irã seguramente não foram realizados por hackers ou
organizações criminosas comuns.
A rigor, a única forma de diminuir a
vulnerabilidade diante dessa ameaça é desenvolver de forma consistente uma
efetiva e complexa capacidade de defesa que exige alto investimento no
desenvolvimento científico e tecnológico, o que só pode ser conseguido a partir
de uma visão estratégica no plano do Estado.
No Brasil, as nossas Forças Armadas
estão, de acordo como os recursos disponíveis, se preparando para o futuro que
já chegou e que está devidamente incorporado à Estratégia Nacional de Defesa.
Dentre as Forças, sabe-se mais sobre as atividades do Exército, que em Brasília
conta com Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX). De toda maneira, há ainda muito a ser feito
nesse campo, decisivo para a segurança e o futuro de
todos nós.
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